Lendas

A Menina Que Via Nossa Senhora

No Sítio Jenipapeiro, próximo ao distrito de Jamacaru, em Missão Velha, na década de 70 havia uma menina conhecida por Santinha (seu nome verdadeiro era Maria das Neves), filha de Manoel da Cruz e de Maria Furtado de Quental, que dizia receber a visita de Nossa Senhora. Muitas pessoas saíam de Missão Velha e de cidades vizinhas para ir onde morava a “Santinha” a procura de curas e milagres. A autoridade eclesiástica não acreditou nessas aparições, mas por muito tempo as pessoas continuaram crendo que “Santinha” via mesmo Nossa Senhora. Face essa crendice popular o retrato da referida garota foi vendido abundantemente no Ceará e especialmente na Missão Velha e no Juazeiro do Norte.

A Lenda Da Mãe D’Água

A Cachoeira, como ponto turístico guarda consigo muitas lendas que foram passadas de geração a geração. Contam os mais velhos da existência de uma mãe d’água e de voz misteriosa e criminosa que chama os banhistas aos locais perigosos, levando-os assim a morte. É raro o ano em que pessoas misteriosamente não morrem afogadas na Cachoeira. Contudo isto é apenas informação lendária.

A Pedra da Glória

É uma das atrações dos turistas, sendo esta uma grande pedra oca onde muitos dizem que em épocas remotas uma bela mulher, tendo por nome Glória atraia seus amantes para o interior da pedra. Como muitos adoravam aventuras, esta era uma que fascinava os homens da época.

A Índia Encontrada

Conta-se que uma índia Cariri (tribo que deu origem a região do Cariri), abandonada por sua mãe, foi encontrada numa cumbuca e foi criada por uma mulher de bom coração. Quando a índia encontrada cresceu e se tornou adulta, lamentava por não saber nada sobre seus antepassados, e dizia sempre lamentosa: “Muitos índios daqui não vão conhecer seus antepassados. As raças misturar-se-ão e outros vão fugir para outros lugares.” E assim aconteceu.

O Ouro

Contava A.V. F (saudosa memória) que na década de 30 do século XX, trabalhou na exploração de ouro perto do Lameiro, aqui na Missão Velha. Ele dizia do sofrimento que seu e dos seus companheiros naquela aventura para achar o ouro e assim ganhar dinheiro; ou apenas melhorar de vida, ele dizia que essa aventura durou pouco, mas marcou a vida dele, porque dizia ele: “Fui e vi que era ouro de verdade!”.

O Dilúvio

Conta-se que na época do Dilúvio, quando as águas estavam a baixar, alguns pássaros pousaram nas pedras da Cachoeira de Missão Velha e como estas estavam moles ainda, ficaram lá gravadas as marcas de suas duas patas. E existe de fato lá na Cachoeira uma pedra com tais marcas. Muitos curiosos tempos atrás vinham até Missão Velha para ver estas pedras, e ficavam muito admirados.

O Padre Félix e o Padre Cícero

Conta-se que se passou um fato extraordinário entre o Padre Félix e o Padre Cícero. Um era pároco de Missão Velha na época e o outro vigário de Juazeiro do Norte. O ano era 1902. Ano sem estiagem no sertão. Padre Felix estava enfermo e já perto da morte, quando o compadre dele Cândido Cunha Câmelo (o qual era também compadre de Padre Cícero) sabendo do compromisso de ambos os vigários de um assistir o outro na morte, fez o mancebo ao clarear o dia 2 de fevereiro do ano de 1902, selar dois cavalos para ir buscar o Padre Cícero no Juazeiro. Porém, quando chegou a margem do Rio Missão Velha viu que a pinguela (ponte de madeira) estava precisando ser concertada assim como o cocho que transportava os animais também. Depois de muito esforço conseguiu atravessar o rio e na outra margem estava o Padre Cícero. Isso quase 5:30 da manhã. Cândido contou sobre sua viagem para trazê-lo para ver o Padre Félix. Padre Cícero porém disse que o Padre Felix acabava de morrer, mas que ele tinha assistido a tudo em espírito em Missão Velha. Mesmo assim eles foram a cidade. Ao chegarem virão logo a multidão em frente da sacristia da Igreja, pela perda do “Pai da Pobreza”. O Padre Cícero, se aproximou do leito onde jazia o corpo sem vida de Padre Félix e clamou em prantos: Félix… Félix… Félix… e o Padre Félix abrindo os olhos rolaram duas lágrimas e em seguida voltou a fecha-los para a eternidade. Depois disso não houve mais incidente no funeral do grande vigário de Missão Velha, Padre Félix Aurélio Arnaud Formiga.

O Poço Triste

Existe aqui na Cachoeira de Missão Velha um poço muito profundo, ou Porão da cascata também chamado de “Poço Triste”. O denominam assim porque neste poço já morrera muita gente. Dizem que em um dia de muito movimento na Cachoeira, banhistas, turistas e pescadores, eis que um mancebo da época estava a saltar de pedra em pedra quando de repente se solta o facão que ele trazia amarrado na cintura e cai justamente no Poço Triste. Nisso o mancebo oferece um agrado para quem tirasse o seu facão do poço. Muitas pessoas se ofereceram mais temiam entrar no Poço Triste. Porém, um dos presentes, um cidadão negro chamado pelo povo de Torrão, saltou sem medo no Poço Triste, e minutos depois ele subiu a margem e falou: “Não achei o facão do moço, mas achei um tacho cheio de dinheiro. Tragam-me uma corda para que eu o traga para fora!”. Logo lhe trouxeram a corda e ele voltou até o local onde havia visto o tacho, porém, não o viu mais, mas achou o facão do mancebo e o trouxe para fora. Com o passar do tempo, foi-se notando que nas épocas de estiagem os peixes morrem no Poço Triste, e isso é devido ao zinabre do dinheiro do tal tacho que foi visto pelo negro Torrão que lá existe, mas que ninguém consegue tirar.

O Lobisomem

Corria o ano de 1990, quando moradores dizem ter visto um lobisomem na cidade de Missão Velha. Muitos relembraram que em épocas remotas, na cidade viveu um homem chamado Vicente Araújo, mas conhecido por Vicente Finim e que diziam que se transformava em lobisomem devido a uma praga que lhe foi rogada por sua mãe. Porém os moradores resolveram investigar o tal lobisomem que aparecera na Missão Velha. Contam que altas horas da noite, ouviam-se o alarido do bicho pelas ruas e os cães a ladrarem loucos. Ninguém nestas horas tinha coragem de espiar fora de casa, com medo do tal lobisomem. Porém, toda lua cheia o bicho aparecia a fazer estripulias nas ruas. Contam que apagava as luzes dos postes, e que pegavam animais como galos ou cães, porém, não se sabe até hoje se este ser era de fato um lobisomem ou alguém que se fantasiava para encontros amorosos na surdina, como muitos julgaram na época. A verdade é que nunca foi descoberto o que de fato era o tal lobisomem, porém, nunca mais se ouviu falar sobre ele na Missão Velha. Até que no dia 9 de dezembro do ano de 2008, surgiram rumores de um outro lobisomem que aparece nas noites de quarta-feira e de sexta-feira. Não se sabe quem é este novo lobisomem, mas há indícios de que seja uma mulher do Bairro Rabo da Gata. Alguns moradores da Missão Velha afirmam ter visto o tal lobisomem; mas este fato ainda não foi provado.

A Porca

Outra popular lenda de Missão Velha era a porca que surgia nas noites na cidade, e que atacava transeuntes de madrugada. Contam que era uma bela mulher que fora amaldiçoada por algum motivo e que sempre aparecia como uma esmoleira, embora fosse muito bela. De modo que sempre que lhe negavam algo, ela transformava-se em uma grande porca que atacava pessoas nas ruas. Ela sempre aparecia à luz do dia, como esmoleira, pedindo esmolas, e segundo a lenda, se alguém a negasse alguma coisa, era melhor evitar sair nas ruas à noite, caso contrario iria se encontrar com a porca amaldiçoada na noite.

O Goiabão

Essa é a principal lenda da cidade de Missão Velha. Trata-se de um espírito de um frade que se exibia sempre de forma diferente, para assustar as pessoas que passavam nas ruas na noite morta. Seu lugar de ataques era dentro do Ginásio Paroquial de Missão Velha, que outrora foi um colégio religioso e abrigara padres e frades. Conta-se que quando a época dos estudos dos missionários no famoso Ginásio Paroquial findou, um dos frades ou padres que estavam lá foi morto, e conta-se que seu espírito surgia altas horas da noite no Ginásio Paroquial. Segundo a crendice dos missãovelhenses ele surgia sempre no lugar onde foi morto: sob um pé de goiaba dentro do Colégio. Detalhe este colégio ainda funciona hoje, e ninguém que mora nas imediações dele, afirma ter visto o tal Goiabão, mas muitos ainda crêem que ele existe e afirmam que o motivo dele não mais ter aparecido foi o corte do pé de goiaba no qual ele morreu.

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